terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Segurança na Internet

Dia Europeu da Internet Segura

No dia 7 de Fevereiro de 2012 comemora-se mais uma Edição do Dia da Internet Segura, desta vez subordinado ao tema Aproximar Gerações.



Este evento realiza-se pela 9ª vez consecutiva e é organizado a nível Europeu pelo Insafe, rede de cooperação dos projetos que promovem a sensibilização e a consciencialização para uma utilização mais segura da Internet pelos cidadãos, envolvendo em Portugal o consórcio Internet Segura, coordenado pela Agência para a Sociedade do Conhecimento, IP (UMIC), Direção Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), Fundação para a Computação Científica Nacional (FCCN), Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação (FDTI) e Microsoft Portugal. A FDTI tem participado nesta iniciativa desde há vários anos.


O Perigo das Redes Sociais

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Newsletter - janeiro 2012

Concurso "João Grave" 2012

Modalidades:

Literatura, pintura, fotografia e cerâmica – nas modalidades de pintura cerâmica e escultura.


Entrega dos trabalhos:

1. Os trabalhos a Concurso deverão ser entregues, em mão ou via correio, até às 16:00 horas do dia 10 de Abril de 2012. Em mão, na Câmara Municipal de Vagos, Rua da Saudade, durante o horário de expediente (segunda a sexta-feira, entre as 9:00 e as 16:00 horas) ou via correio através de carta registada com aviso de receção, dirigidos a:

Concurso “João Grave”

Câmara Municipal de Vagos

Rua da Saudade

3840-420 Vagos


2. Os trabalhos a concurso deverão ser entregues, ou enviados, em envelope fechado,

contendo no seu exterior, apenas, a inscrição do pseudónimo no espaço destinado ao

remetente (ver Subsecção III).

3. Não serão aceites trabalhos cuja data de receção seja posterior à data limite para a entrega dos mesmos.


Tema e Condições de Participação:

1. Os trabalhos apresentados deverão estar subordinados ao tema: Vagos com História

2. Cada grupo ou indivíduo apenas pode participar numa modalidade.

3. Para cada categoria serão aceites trabalhos nas condições seguintes:

a. Categoria A – Podem participar todos os Jardins-de-infância do Concelho, devendo a sua participação ser efetuada em grupo (nas modalidades – pequeno grupo ou grande grupo). O(s) texto(s) deverão ser produzidos pelas crianças, sendo transcritos pelo(a) Educador(a). Na modalidade pintura e cerâmica os trabalhos devem ser produzidos, na íntegra, pelas crianças.

b. Categoria B – Podem participar todos os alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico do Concelho de Vagos, de forma individual ou em grupo, em qualquer uma das modalidades.

c. Categoria C – Podem participar todos os alunos do 2.º Ciclo do Ensino Básico do Concelho de Vagos, de forma individual ou em grupo, em qualquer uma das modalidades.

d. Categoria D – Podem participar todos os alunos do 3.º Ciclo do Ensino Básico, de forma individual ou em grupo, em qualquer uma das modalidades.

e. Categoria E – Podem participar todos os alunos do Ensino Secundário ou Profissional do Concelho de Vagos, de forma individual ou em grupo, em qualquer uma das modalidades.

f. Categoria F – Podem participar todos os munícipes do Concelho de Vagos

4. Para os trabalhos escritos, o texto deverá ter até 10 páginas A4 (incluindo ilustrações), com um espaçamento de 1,5 linhas, com tipo de letra “Arial”, tamanho 12. Os Trabalhos deverão ser entregues num envelope fechado, identificado no exterior apenas com o pseudónimo, contendo, para além do texto em papel, um CD (não regravável) contendo o texto original num ficheiro de formato Microsoft Word (.doc) ou Rich Text Format (.rtf).

5. Para os trabalhos em fotografia os mesmos deverão ser impressos em papel normal ou fotográfico, com dimensões A4 ou 20x30cm, acompanhados da identificação da marca e modelo da máquina fotográfica utilizada e de um CD (não regravável) contendo o ficheiro de imagem em formato digital JPEG (extensão de ficheiro jpg). A entrega deverá ser efetuada através de envelope fechado contendo no exterior apenas o pseudónimo do autor.

6. Para trabalhos a apresentar sobre a forma de pintura, podem utilizar técnica livre, em tela ou papel e não deverão ultrapassar a dimensão de 50x70, nem estar emoldurados. Os trabalhos devem vir assinados com o pseudónimo e acompanhados por um envelope fechado, identificado no exterior com o pseudónimo e no interior com os dados solicitados no ponto 8 (oito) desta subsecção.

7. Para os trabalhos a apresentar em cerâmica, podem ser utilizadas diversas técnicas sendo que os trabalhos submetidos a concurso não podem exceder as seguintes dimensões – 40x30x20 cm. Os trabalhos devem ser assinados com o pseudónimo e devem ser acompanhados de um envelope fechado contendo no seu interior os dados solicitados no ponto 8 (oito) desta subsecção.

8. Entrega de trabalhos:
 os trabalhos devem vir acompanhados por um envelope fechado, contendo no exterior o pseudónimo e no interior a identificação do autor, com os seguintes dados:

a. Nome;

b. Data de Nascimento;

c. Número de Telefone;

d. E-mail;

e. Morada;

f. No caso de pertencer a uma das Categorias A, B, C, D, E, deve indicar, ainda, os seguintes dados:

i. Nome da Escola;

ii. Turma;

iii. Ano de Escolaridade.


9. Os dados de identificação indicados no ponto anterior são obrigatórios, sendo que a sua omissão resultará na exclusão do concurso.

10. No exterior de todos os envelopes deverá constar o pseudónimo com que se assinou o texto.

11. No trabalho não deverá constar nenhum elemento identificativo do autor, à exceção do pseudónimo, sob pena de exclusão do concurso.


NOTA: A leitura desta informação não dispensa a consulta do Regulamento do Concurso, disponível no site da CMV e na BE/CRE do Agrupamento.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Um conto de Natal



Com votos de um Novo Ano cheio de esperança, a BE oferece aos seus utilizadores um conto de Isabel Mateus, em versão bilingue, autora de quem, em breve,voltaremos a falar.


A Veterinária-Parteira

Aproximava-se a noite de Natal e um manto de brancura cobriu todas as negruras da Granja, as da terra e as dos seus habitantes. A mesa estava posta para a consoada e alguém desesperado batia e chamava à porta:

– Ó Ti Grabulha, Ti Grabulha!

– Entre quem é! A porta só está encostada.

O menino nasceu sem qualquer contratempo. Trinta e muitos anos antes já tinha feito vir ao mundo o seu pai, mas o que fazer agora quando as cueiros de fino linho deram lugar às fraldas descartáveis e os simples vestidinhos às roupas mais complicadas e cheias de atavios?

Durante toda a noite tratou do parto. Agora faltava o mais difícil: lavar e vestir a criança. Ao vê-la pela manhã chegar a casa cansada, os mais de setenta anos já não estavam para aventuras daquelas, de testa enrugada, expressão aflita e ao mesmo tempo pensativa, perguntou-lhe a neta:

– O que foi, avó?

– Nada, minha filha. Temos mais um menino no lugar da Granja. Mas ainda nem tratei dele, ficou embrulhado junto à mãe e eu dei um pulo a casa. Tenho de regressar dentro em breve, mas não sei se ainda me atrevo a governá-lo.

Não se quis dar por vencida, mas daquela vez estava numa enrascada. Já lhe tinham passado pelas mãos todos os mancebos e moços casadoiros e com filhos da terra, não podia agora fraquejar só porque os tempos eram mais modernos e muitas das pessoas recorriam ao hospital da Vila para parir e também por, ultimamente, não se registarem quase nenhuns nascimentos neste lugar. As que possivelmente seriam suas parturientes andavam pelo Brasil, por África, por França, pela Alemanha ou até na Capital, onde havia grandes maternidades, médicos e enfermeiras especializadas.

A neta vendo-a assim ralada é que já não a largou.

– Vou consigo, eu encarrego-me de aprontar o menino.

– Tu?!

– Sim, já mudei muitas fraldas aos primos e também ajudei a tratar deles. Não haverá qualquer problema!

Embora apreensiva, a avó sentiu-se mais apoiada na companhia da neta. Quando entraram, mãe e filho quase dormiam.

Estava, contudo, na hora de acomodar o menino.

Numa bacia de esmalte branco a rapariguinha de nove anos lavou o corpo róseo do recém-nascido ainda a cheirar a parto.

Não custou nada! Em seguida, num desembaraço confiado, enxugou-o, vestiu-o e ei-lo que já estava pronta para a vida.

A avó assistiu a tudo isto estupefacta. Tinha parido seis vezes. Só chamava da cama a mãe e a sogra, que conversavam à lareira, após que o filho ou filha lhe saía das entranhas. Gritava:

– Já está, já podem vir!

Não era ela quem dizia que lhe custava mais beber um copo de água do que dar à luz um filho? Não assistia também igualmente todo o gado rachado animal? Não fazia ainda pequenos interventos cirúrgicos, se uma cria nascia com defeito ou se lhe sucedia alguma doença? Afinal era por tudo isso que lhe chamavam a veterinária. É certo que as mãos já lhe tremiam um pouco, mas isto de ter sido a pequena a salvá-la de tamanha embrulhada tem muito que se lhe diga!

Bem, agora que este problema estava resolvido, só faltava pôr a criança ao peito da mãe. Na sua altura era assim que se fazia. Mas também desta vez as coisas já não são o que eram; a mãe ou não se sentia com forças, ou ao menino não lhe interessava o peito ou porque fosse a época da moda do biberão, a lactação do pequerrucho foi feita de forma artificial. Enquanto isso havia que dar resposta ao seu choro de fome, que agora se tornava aflitivo.

– Tem uma chupeta? – vira-se a cachopa para a parturiente.

– Sim, está no cestinho em cima da cómoda, juntamente com o resto dos acessórios para o bebé.

Enquanto preparava a água para o leite em pó a dar à criança, a chupeta remediou a situação e a avó pôde novamente respirar de alívio.

Nos dias que se seguiram só sabia dizer:

– Se não fosse a minha neta, já não tinha dado conta do recado!

Dava pois, mas os tempos mudaram! A parte difícil da empresa tinha-a completado ela. A verdade é que doravante também já não terá de se preocupar, porque os seus netos, bisnetos, parentes e vizinhos que depois nasceram e aqueles que continuarão a nascer, menos do que antes, é certo, vêm ao mundo nas maternidades de hospitais longínquos!

Foi com uma recordação triste de saudade que a neta ainda há bem pouco tempo pariu a sua menina em terras estrangeiras, num ambiente estranho, por isso de certa forma hostil, sem a familiaridade de uma voz quente, meiga e amiga. Quiçá se houvesse a possibilidade de continuarmos a nascer nas mesmas paragens dos nossos antepassados e ajudados pelas avós-parteiras as depressões pós-parto e todas as outras angústias provocadas pelo isolamento e, muitas vezes, pela solidão deixariam de existir ou seriam minimizadas. Contudo, estou certa da felicidade e das benesses que proviriam do facto de cada geração poder ver eclodir a sucedânea no momento e na hora exata do seu nascimento para a vida.


Naquele Natal, porém, Jesus não só revisitou a terra como renasceu outra vez Menino na Quinta da Granja, acolitado por uma velha veterinária-parteira e bafejado por toda a comunidade.



Outros Contos da Montanha, Isabel Maria Fidalgo Mateus



Midwife and Vet



Christmas Eve was coming and a white blanket covered the darkness of Granja, of the land and its dwellers. The table was laid for the Christmas supper and someone was hammering on the door in desperation:

“Ma Grabulha! Ma Grabulha!!

“Come in, whoever you are. The door’s on the latch.”

The child was born without any mishap. Many more than thirty years before she had brought his father into the world, but what was she to do now when the fine linen swaddling clothes had been replaced by disposable nappies and simple little dresses by fiddly, complicated garments?

She attended the birth throughout the night. Now came the most difficult part: washing and dressing the child. At seventy and more, she was no longer fit for adventures like this. Next morning, seeing her come home tired, forehead wrinkled and her expression woeful and pensive at the same time, her granddaughter asked:

“What’s the matter, grandma?”

“Nothing, child. We have another boy child here in Granja. But I still haven’t dealt with him properly. I left him wrapped up beside his mother and came back home. I have to go back in a while, but I don’t know whether I dare try to get him ready.”

She didn’t want to admit defeat, but this time she sensed she was in a quandary. All the marriageable lads and lasses had passed through her hands and, even the heads of the local families. So she had to keep up her reputation for carrying out the task that had been entrusted to her for generations. She couldn’t give way now, just because these were modern times and lots of people were going to the hospital in the town to give birth, or because practically no births were being registered in this village. The truth is, those women who might be her birthing mothers were in Brazil, Africa, France, Germany or even in the Capital, where there were huge maternity hospitals, doctors and specialist nurses.

Seeing how upset she was, her granddaughter wouldn’t let her be.

“I’ll go with you, I’ll get the baby ready.”

“You?”

“Yes, I’ve changed my cousins’ nappies plenty of times and I’ve helped take care of them. There won’t be any problem.”

Although she was apprehensive, the grandmother felt reassured in her granddaughter’s company. When they went in, mother and son were almost asleep.

Nevertheless, it was time to get the child to rights.

The little nine-year-old girl washed the pink flushed body of the newly born infant, still smelling of the birth, in a white enamel basin. Straight away, with easy confidence, she dried him, dressed him and there he was, all ready for life.

“No trouble at all!” she exclaimed, overjoyed.

Her grandmother looked on in amazement. She had given birth six times. She only called from the bed to her mother and mother-in-law, chatting beside the hearth, after her son or daughter had emerged from her belly. She would shout:

“It’s done, you can come over now.”

Wasn’t she the one who said she found it harder to drink a glass of water than give birth to a child? Didn’t she also attend all the female livestock? Didn’t she even carry out little operations, if an animal was born with a defect or contracted some illness? That’s why they called her the veterinarian. Of course, her hands did shake a little now, but for the little girl to have got her out of such a pickle, well that was really saying something.

Well, now that that problem was solved, it just remained to place the child at his mother’s breast. That’s how they did it in her day. But even in this matter, things were no longer what they were. Either the mother didn’t feel strong enough, or the child was not interested in suckling, or because it was the age of the feeding bottle – the baby was bottle fed.

In the meantime, they had to respond to his hungry cries, which were becoming more and more intense.

“Is there a dummy?” the little girl turned to the mother.

“Yes, it’s in the little basket on top of the chest of drawers along with the rest of the baby’s accessories.”

While her granddaughter was heating the water for the powdered milk to be given to the child, the rubber dummy solved the problem and the grandmother could again breathe a sigh of relief. In the days that followed, she could only say:

“If it wasn’t for my granddaughter, I wouldn’t have been up to the job.”

She was, but times had changed. She had done the difficult part of the business, after all. The truth is, from then on, she will no longer have to worry, because her grandchildren, great-grandchildren, relatives and neighbors who are born afterwards, and those who continue to be born, fewer than before, certainly, come into the world in the maternity wards of distant hospitals.

It was with sadness and nostalgia that just a short time ago her granddaughter gave birth to her own daughter in a foreign land, in a strange and somehow hostile atmosphere, without the familiarity of a warm, tender, loving voice. Perhaps if we could carry on being born in the same places as our ancestors, helped by grandmother-midwives, then post partum depression and all the other afflictions caused by loneliness and isolation would cease to exist, or at least be reduced to bearable levels.

Still, I am certain of the happiness and the gains that would result from each generation being able to see their successors exploding into life at the exact time, at the very moment of their birth.

On that Christmas, however, Jesus didn’t just revisit the earth: another Boy Child was reborn in Granja, attended by an old midwife and veterinarian, and warmed by the breath of the whole community.



Translated by Dr. Patricia Odber de Baubeta from Outros Contos da Montanha, Isabel Mateus.